domingo, 29 de maio de 2011

Livro Guarda-Livros de José Travaços

O Rancho Folclórico Rosas do Lena e a Folheto Edições vão apresentar o livro “Guarda-Livros” de JOSÉ TRAVAÇOS SANTOS que terá lugar na sede do Rancho Folclórico Rosas do Lena, Rebolaria, Batalha, no dia 4 de Junho de 2011 (sábado), pelas 21:30 horas.
Haverá animação com Concertinas do Rosas do Lena e poesia por alguns elementos do Grupo.

Convento dos Frades reabre a 3 de Junho

É já na próxima sexta-feira, 3 de Junho, que o Convento dos Frades, reabrirá as suas portas, após diversas obras de beneficiação que lá decorreram e que recuperaram um valioso património arquitectónico do Concelho de Lagoa.
A inauguração das obras de requalificação do Convento dos Frades decorrerá a partir das 20h00, numa cerimónia que contará com a presença do Presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, e que se iniciará com a entoação dos hinos de Portugal e dos Açores pelas Filarmónicas Lira do Rosário, Estrela D’Alva e Orfeão de Nossa Senhora do Rosário, e com a participação do Agrupamento de Escuteiros nº 1290 de Santa Cruz.
Após este momento, seguir-se-á uma visita à Ala do Convento dos Frades destinada à instalação da Biblioteca Municipal, durante a qual se assistirá à reconstituição de cenários da vivência dos Franciscanos e que será interpretada pelo Grupo de Teatro “A Faísca”, da Escola Secundária de Lagoa.
A abertura à comunidade do Convento dos Frades é há muito aguardada pelos lagoenses, pelo que a autarquia lagoense preparou um programa cultural diversificado com bandas e grupos locais que irão animar este espaço a partir das 21h00. Assim sendo, destaque para as actuações das Filarmónicas Estrela D’Alva e Lira do Rosário no Claustro deste Convento, enquanto que no adro do mesmo haverá lugar às actuações do Grupo de Cantares Tradicionais de Santa Cruz, Grupo Som do Vento, GRUJOLA, Grupo Novos Criativos e Grupo Nova Geração.
Recorde-se que o Convento dos Frades foi doado ao Município pelo Governo dos Açores a 9 de Junho de 2010, sendo este um imóvel icónico que autarquia tem procurado recuperar e devolver ao Concelho e à comunidade. Para tal a Câmara Municipal de Lagoa empreendeu diversas obras de recuperação e conservação, por administração directa realizada por operários da autarquia, e que contemplaram, essencialmente, a recuperação de portas, janelas, recuperação do piso do rés-do-chão, claustro, para além de uma remodelação das instalações sanitárias e das instalações eléctricas, bem como a pavimentação do adro do Convento dos Frades.
De realçar ainda que será no rés-do-chão deste imóvel que serão instalados os diversos serviços da Biblioteca Municipal de Lagoa, a ser inaugurada no próximo mês de Setembro, e que pretende dar mais dignidade e condições de excelência a este serviço municipal, bem como para todos quantos o frequentarem, oferecendo, para isso, algumas salas destinadas a albergar serviços deste novo equipamento, sendo que o acervo principal desta biblioteca ficará localizado na maior sala, com uma área de 83,90m².
Com a sua instalação no Convento dos Frades, a Biblioteca Municipal de Lagoa, quadruplicará a sua área actual, ocupando uma área de 400 m², a que se juntará ainda o claustro do Convento dos Frades e que oferecerá um espaço singular para a leitura ao ar livre, devidamente servido por uma rede wi-fi, mostrando-se como uma mais-valia para a dinâmica deste serviço municipal e conferindo ao Convento dos Frades uma nova posição de destaque na cultura e no turismo da Vila da Lagoa.
A Câmara Municipal de Lagoa pretende ainda preservar a memória do Convento dos Frades, com a transformação da sua cave na “Casa das Memórias dos Franciscanos”, um espaço destinado a resgatar as memórias do convento, reconstituindo a vivência dos franciscanos e o seu dia-a-dia, harmonizando-se com as demais funcionalidades que o Convento dos Frades irá ter, assumindo uma nova centralidade na freguesia de Santa Cruz e no Concelho de Lagoa.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Crianças animaram Praça do Rosário com jogos tradicionais

No âmbito da Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis, as crianças que frequentam o CATL Lagoa e o CATL CEFAL, ambos geridos pela EML estiveram na Praça de Nossa Senhora do Rosário numa actividade que se inseriu no projecto “De pequenino é que se come o pepino” que tem vindo a ser desenvolvido no Concelho de Lagoa.
Tratou-se de uma actividade que pretendeu recordar brincadeiras de outrora, através de jogos tradicionais que, para além de animarem aquele espaço, tiveram como objectivo promover hábitos e estilos de vida saudáveis, nomeadamente através do exercício físico e da alimentação saudável, cujo tema esteve presente nestes jogos. Os jogos tradicionais são um valioso recurso educativo, pois permitem incutir regras, desenvolver destrezas motoras, e trabalhar competências pessoais e sociais de uma forma lúdica.
Realce-se que o projecto “De pequenino é que se come o pepino” tem desenvolvido diversas acções junto das crianças do CATL Lagoa, e seus encarregados de educação, incidindo, sobretudo, na alimentação saudável; higiene pessoal; e prática de desporto.
Desde a sua implementação, este projecto já foi responsável pela organização da palestra “Hábitos de Vida saudável”, direccionada às crianças do CATL Lagoa e ministrada pelos alunos do 3º ano do curso de enfermagem da Universidade dos Açores, tendo ainda havido lugar à Sessão de sensibilização "Alimentação Saudável", destinada aos encarregados de educação. Para além disso, estas crianças visitaram ainda a Piscina Coberta AQUAFIT onde tiveram uma aula de exercício físico, realizando, ainda no âmbito deste projecto o atelier de culinária “Come a Sopa”, ocasião onde aprenderam os benefícios da sopa enquanto fonte de vitaminas e importante contributo para uma alimentação saudável.

Graciete Nogueira Batalha

Graciete Nogueira Batalha nasceu em Leiria no primeiro ano do segundo quartel do século XX, 1925.
Aluna brilhante de 20 valores, como afirma Celina Veiga de Oliveira (Licenciada em História pela Faculdade de letras da Universidade de Coimbra), Graciete Batalha consagrou a sua carreira profissional como professora de Português no Liceu de Macau (antigo território português, actualmente China, desde 1999).
Graciete Nogueira Batalha, talvez por trabalhar no continente Asiático, praticamente do outro lado do mundo, sempre se dedicou ao ensino da Língua Portuguesa de forma exemplar.
Celina Veiga de Oliveira viveu em Macau entre 1980 a 1999 onde foi professora no Liceu e no Instituto Politécnico daquele Território, descreve Graciete Nogueira Batalha como “filóloga, pedagoga e escritora, Graciete Batalha era uma pessoa directa e de convicções firmes, que teve uma assinalável intervenção cívica. A sua voz era ouvida com atenção e respeito, mesmo pelo Governador”.
Essa convicção e forma directa esteve bem reflectida numa exposição fotobiográfica e documental sobre Graciete Nogueira Batalha, em 1995, promovida pelo Instituto Cultural de Macau (Biblioteca Central de Macau), integrada nas comemorações do 1.º Centenário da Biblioteca Central de Macau (1895-1995), através de um documento reproduzido que sublinhava o seguinte: “Poucos dias antes do 25 de Abril, foi aprovado oficialmente um voto de apoio à política ultramarina de Marcello Caetano. Mal se dá o golpe militar, o mesmo órgão enviou de imediato um telegrama de adesão ao programa da Junta de Salvação Nacional. Ambas as declarações de apoio foram subscritas pelas mesmas pessoas, com excepção de Graciete Nogueira Batalha, professora de Português no Liceu de Macau e que não esteve para fazer essa triste figura: tendo votado pelo apoio a Marcello”.
Graciete Nogueira Batalha deixou diversas obras de investigação e trabalhos científicos, com especiais trabalhos sobre o estudo etimológico do dialecto de Macau (o Patuá). Das diversas obras publicadas destacam-se: “Língua de Macau: o que foi e o que é. Macau: Centro de Informação e Turismo” (1974); “Glossário do dialecto macaense: notas linguísticas, etnográficas, e folclóricas” (1977); "Situação e perspectivas do português e dos crioulos de origem portuguesa na Ásia Oriental (Macau, Hong Kong, Singapura, Indonésia)" (1985); “Poesia Tradicional de Macau” (1988) e “Bom dia, s'tora: diário duma professora em Macau” (1991). Este último, editado pelo Instituto Cultural de Macau.
Graciete Nogueira Batalha faleceu em 1992.
Monsenhor Manuel Teixeira, na sua coluna “Grãozinhos de Bom Senso” que publicava no Jornal Tribuna de Macau, descreveu Graciete Batalha, aquando do seu falecimento, em 1992, dizendo que “com a morte da Dra. Graciete Nogueira Batalha, esta terra perdeu alguém que amava Macau, conhecia Macau, vivia para Macau, trabalhava por Macau e honrou Macau”.
Adélio Amaro

António Pereira Campos

António Pereira Campos nasceu em Leiria no dia 29 de Maio de 1922.
É na sua cidade natal que integra o Grupo Dramático Miguel Leitão enquanto profissionalmente é funcionário administrativo da Escola Industrial de Leiria.
Em 1961, com uma bolsa atribuída pela Fundação Calouste Gulbenkian, António Campos parte para Londres.
De regresso a Portugal, vem a trabalhar na Fundação Calouste Gulbenkian de 1970 a 1977.
Com grande dedicação ao teatro amador, este ilustre leiriense dedicou toda a sua via ao Teatro e ao Cinema. Participou no Festival de Cinema do Século XX em Carcóvia, na Polónia. Foi correspondente em Portugal da Federação Internacional dos Filmes Sobre Arte e membro da União Internacional dos Cineastas Independentes.
Antes de trabalhar na Fundação Calouste Gulbenkian, António Campos foi assistente de Paulo Rocha (Presidente do Centro Português de Cinema e Adido Cultural em Tóquio) na realização de “Mudar de Vida”, em 1966.
António Pereira Campos sempre se intitulou como cineasta independente. Estudou o filme etnográfico de forma antropológica, sem ligar a fins científicos, em película de 16 mm, usando a chamada técnica do cinema directo.
Esse conceito de antropologia visual, aplicado ao cinema, foi também usado por outros cineastas. João César Monteiro e António Reis usaram-no na ficção e Ricardo Costa e Pedro Costa no documentário.
Na década de 70, século XX, António Campos entra no circuito comercial com a realização de vários filmes de ficção, em película de 35 mm, onde o conteúdo etnográfico está quase sempre patente. Desta forma, “Gente da Praia da Vieira”, 1976, é uma das primeiras docuficções do cinema português, onde a ficção se une ao documentário, assim como “Trás-os-Montes”, de António Reis e Margarida Cordeiro e o “Mau Tempo, Marés e Mudança”, de Ricardo Costa.
“Gente da Praia da Vieira” é um documentário de longa-metragem e uma verdadeira incursão de António Campos na antropologia visual, que ilustra a vida dos pescadores daquela praia.
António Campos deixa-se influenciar pelo entusiasmo das máquinas (câmaras) de filmar que começam a invadir o mercado em plena década de 50. A sua sensibilidade para etnografia e para o estudo das comunidades faz de António Campos um cineasta que desenvolve o documentário / ficção, mostrando, através das suas filmagens, realidades sociais de determinados grupos da população.
António Campos fez imensos trabalhos de longas, médias e curtas-metragens, desde 1957, com “O Rio Liz”, a 1993 com “A Tremoia de Cristal” que não chegou a concluir. Destacam-se ainda, além dos referidos, o filme “Vilarinho das Furnas” (1971), “Leiria 61” (1961), “Retratos das margens do rio Liz” (1965) e “À descoberta de Leiria” (1987).
António Pereira Campos deixou de realizar o filme da sua vida a 8 de Março de 1999, na Figueira da Foz.
Adélio Amaro