segunda-feira, 23 de maio de 2011

António Pereira Campos

António Pereira Campos nasceu em Leiria no dia 29 de Maio de 1922.
É na sua cidade natal que integra o Grupo Dramático Miguel Leitão enquanto profissionalmente é funcionário administrativo da Escola Industrial de Leiria.
Em 1961, com uma bolsa atribuída pela Fundação Calouste Gulbenkian, António Campos parte para Londres.
De regresso a Portugal, vem a trabalhar na Fundação Calouste Gulbenkian de 1970 a 1977.
Com grande dedicação ao teatro amador, este ilustre leiriense dedicou toda a sua via ao Teatro e ao Cinema. Participou no Festival de Cinema do Século XX em Carcóvia, na Polónia. Foi correspondente em Portugal da Federação Internacional dos Filmes Sobre Arte e membro da União Internacional dos Cineastas Independentes.
Antes de trabalhar na Fundação Calouste Gulbenkian, António Campos foi assistente de Paulo Rocha (Presidente do Centro Português de Cinema e Adido Cultural em Tóquio) na realização de “Mudar de Vida”, em 1966.
António Pereira Campos sempre se intitulou como cineasta independente. Estudou o filme etnográfico de forma antropológica, sem ligar a fins científicos, em película de 16 mm, usando a chamada técnica do cinema directo.
Esse conceito de antropologia visual, aplicado ao cinema, foi também usado por outros cineastas. João César Monteiro e António Reis usaram-no na ficção e Ricardo Costa e Pedro Costa no documentário.
Na década de 70, século XX, António Campos entra no circuito comercial com a realização de vários filmes de ficção, em película de 35 mm, onde o conteúdo etnográfico está quase sempre patente. Desta forma, “Gente da Praia da Vieira”, 1976, é uma das primeiras docuficções do cinema português, onde a ficção se une ao documentário, assim como “Trás-os-Montes”, de António Reis e Margarida Cordeiro e o “Mau Tempo, Marés e Mudança”, de Ricardo Costa.
“Gente da Praia da Vieira” é um documentário de longa-metragem e uma verdadeira incursão de António Campos na antropologia visual, que ilustra a vida dos pescadores daquela praia.
António Campos deixa-se influenciar pelo entusiasmo das máquinas (câmaras) de filmar que começam a invadir o mercado em plena década de 50. A sua sensibilidade para etnografia e para o estudo das comunidades faz de António Campos um cineasta que desenvolve o documentário / ficção, mostrando, através das suas filmagens, realidades sociais de determinados grupos da população.
António Campos fez imensos trabalhos de longas, médias e curtas-metragens, desde 1957, com “O Rio Liz”, a 1993 com “A Tremoia de Cristal” que não chegou a concluir. Destacam-se ainda, além dos referidos, o filme “Vilarinho das Furnas” (1971), “Leiria 61” (1961), “Retratos das margens do rio Liz” (1965) e “À descoberta de Leiria” (1987).
António Pereira Campos deixou de realizar o filme da sua vida a 8 de Março de 1999, na Figueira da Foz.
Adélio Amaro

Sem comentários:

Enviar um comentário