segunda-feira, 23 de maio de 2011

Graciete Nogueira Batalha

Graciete Nogueira Batalha nasceu em Leiria no primeiro ano do segundo quartel do século XX, 1925.
Aluna brilhante de 20 valores, como afirma Celina Veiga de Oliveira (Licenciada em História pela Faculdade de letras da Universidade de Coimbra), Graciete Batalha consagrou a sua carreira profissional como professora de Português no Liceu de Macau (antigo território português, actualmente China, desde 1999).
Graciete Nogueira Batalha, talvez por trabalhar no continente Asiático, praticamente do outro lado do mundo, sempre se dedicou ao ensino da Língua Portuguesa de forma exemplar.
Celina Veiga de Oliveira viveu em Macau entre 1980 a 1999 onde foi professora no Liceu e no Instituto Politécnico daquele Território, descreve Graciete Nogueira Batalha como “filóloga, pedagoga e escritora, Graciete Batalha era uma pessoa directa e de convicções firmes, que teve uma assinalável intervenção cívica. A sua voz era ouvida com atenção e respeito, mesmo pelo Governador”.
Essa convicção e forma directa esteve bem reflectida numa exposição fotobiográfica e documental sobre Graciete Nogueira Batalha, em 1995, promovida pelo Instituto Cultural de Macau (Biblioteca Central de Macau), integrada nas comemorações do 1.º Centenário da Biblioteca Central de Macau (1895-1995), através de um documento reproduzido que sublinhava o seguinte: “Poucos dias antes do 25 de Abril, foi aprovado oficialmente um voto de apoio à política ultramarina de Marcello Caetano. Mal se dá o golpe militar, o mesmo órgão enviou de imediato um telegrama de adesão ao programa da Junta de Salvação Nacional. Ambas as declarações de apoio foram subscritas pelas mesmas pessoas, com excepção de Graciete Nogueira Batalha, professora de Português no Liceu de Macau e que não esteve para fazer essa triste figura: tendo votado pelo apoio a Marcello”.
Graciete Nogueira Batalha deixou diversas obras de investigação e trabalhos científicos, com especiais trabalhos sobre o estudo etimológico do dialecto de Macau (o Patuá). Das diversas obras publicadas destacam-se: “Língua de Macau: o que foi e o que é. Macau: Centro de Informação e Turismo” (1974); “Glossário do dialecto macaense: notas linguísticas, etnográficas, e folclóricas” (1977); "Situação e perspectivas do português e dos crioulos de origem portuguesa na Ásia Oriental (Macau, Hong Kong, Singapura, Indonésia)" (1985); “Poesia Tradicional de Macau” (1988) e “Bom dia, s'tora: diário duma professora em Macau” (1991). Este último, editado pelo Instituto Cultural de Macau.
Graciete Nogueira Batalha faleceu em 1992.
Monsenhor Manuel Teixeira, na sua coluna “Grãozinhos de Bom Senso” que publicava no Jornal Tribuna de Macau, descreveu Graciete Batalha, aquando do seu falecimento, em 1992, dizendo que “com a morte da Dra. Graciete Nogueira Batalha, esta terra perdeu alguém que amava Macau, conhecia Macau, vivia para Macau, trabalhava por Macau e honrou Macau”.
Adélio Amaro

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