João Belo nasceu em Leiria a 27 de Setembro de 1876, sendo baptizado na Sé da cidade do Lis a 9 de Outubro do mesmo ano. Filho de António Pedro da Costa Belo, natural de Peniche, e Antónia Júlia de Nazaré Belo, natural de Lisboa.
António da Costa Belo foi Tenente ajudante de Caçadores 6 e chegou ao posto de General, tendo a sua actividade influenciado a vida profissional do seu filho João Belo. Este último era neto paterno de José da Costa Belo e de Maria Rita de Jesus Belo e neto materno de Manuel Vicente Simões de Nazaré e de Júlia Marinho Falcão de Sousa Castro Nazaré.
João Belo alistou-se na Armada aos 17 anos. Já com o posto de Guarda-marinha foi para Moçambique a bordo da corveta “Duque da Terceira” integrando as campanhas de pacificação de Gaza, dos Namarrais e do Barué, sob as ordens de Mouzinho de Albuquerque. Ali viveu 29 anos.
No distrito de Gaza (Moçambique) João Belo desenvolveu intensamente e de forma activa várias iniciativas, ainda como Tenente, com realce para a construção do caminho-de-ferro Chai-Chai a Manjacaze, numa extensão de 90 quilómetros e o levantamento hidrográfico do Rio Limpopo. Foi responsável pela respectiva farolagem e construção do farol de Inhampura e de Gaza.
Em 1919, foi para Lourenço Marques onde assumiu a chefia do Departamento Marítimo dando-lhe acesso ao lugar de Conselheiro Legislativo da Província. Ali se manteve naquele cargo até 1925, ano em que regressou a Lisboa, onde prestou serviço na Direcção dos Serviços de Hidrografia e Navegação.
Após a implantação do regime da revolução de “28 de Maio” de 1926, João Belo foi nomeado Ministro das Colónias, a 9 de Julho de 1926 foi, remodelando, já em funções, a administração civil e financeira do Ultramar, elaborando o respectivo Código Administrativo. Criou, ainda, o Banco Emissor e a Junta da Moeda de Angola e promoveu o financiamento de Moçambique e Angola.
João Belo, como Ministro, promulgou o estatuto Político, Civil e Criminal dos Nativos de Angola e Moçambique e o estatuto orgânico das Missões Religiosas. Além de reorganizar a Escola Superior Colonial de Lisboa, João Belo criou, também, o Conselho Superior das Colónias e o Conselho Superior Judiciário.
Das numerosas condecorações que possuía destacam-se as Grã-cruzes de Torre e Espada e da Ordem do Império.
O Comandante João Belo, como ficou conhecido, morreu a 3 de Janeiro de 1928 no desempenho das funções de Ministro das Colónias, com o posto de Capitão-de-Fragata, sendo sepultado no Cemitério do Alto de S. João, Lisboa.
Postumamente, como homenagem, por decreto de Março de 1928, o seu nome foi dado à povoação de Chai-Chai (capital da província de Gaza) designando-se esta com o topónimo “João Belo”, que se manteve até à independência de Moçambique.
Adélio Amaro
Sr Adélio Amaro, foi com surpresa e alegria que encontrei este blog.
ResponderEliminarO seu texto foi partilhado para a Página que fundei e dirijo, sobre uma fragata, cujo Patrono era o Cte João Belo!!!
Também tenho um blog sobre a Fragata Cte João Belo.
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https://www.facebook.com/notes/fragata-jo%C3%A3o-belo-f480/algo-sobre-a-hist%C3%B3ria-do-nosso-patrono-cter-jo%C3%A3o-belo/599702346800411
Obrigado e agradeço a sua visita à nossa Página e a fragatajoaobelo.blogspot.com
Saudações Navais