Joel Ferreira Canhão, poeta, pianista, compositor e maestro, nasceu a 25 de Maio de 1927, no lugar de Moinhos da Barosa, freguesia da Barosa. Era filho de Luís Ferreira Canhão e de Etelvina da Conceição Casado.
Após os estudos liceais em Leiria, concluiu o Curso Superior de Música em Piano no Conservatório de Lisboa e estudou órgão no Centro de Estudos Gregorianos da mesma cidade.
Joel Canhão foi diplomado com o Curso de Professores de Canto Coral para o Ensino Secundário, bolseiro do Instituto para Alta Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian. Frequentou estágios de Direcção Coral e de Iniciação Musical para Crianças, na Suíça, dedicando-se posteriormente à docência em vários estabelecimentos de ensino, do Jardim-de-Infância à Universidade.
Ao mesmo tempo, como regente, a sua actividade esteve ligada à direcção do Orfeão Escalabitano, do Grupo Coral Alfredo Keil (Santarém), do Orfeão Académico de Coimbra e do Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, com os quais se apresentou em vários centros da Europa, de África, do Japão, em Macau e no Brasil.
O conteúdo das publicações que deu a conhecer eram, essencialmente, no domínio da música, marcadamente de carácter didáctico e dedicados quase exclusivamente à criança, abrangendo um leque variado de obras sobre Educação Musical, canções, coros, peças para piano e outros instrumentos.
A sua produção musical passou, ainda, por temas de musicologia, em cuja área se inseriu a descoberta de um importante documento do século XII, identificado como fragmento do Antifonário do Ofício.
No campo literário publicou vários livros de poesia com o pseudónimo Mouro Serpa, além de outros apontamentos em prosa, na maioria de temática musical, publicando ainda vários artigos em diversos jornais e revistas.
Como poeta deu a conhecer a sua veia através dos livros “Mal de Silêncio”, “Avião da Madrugada”, “Escala de Abelha”, “Portagens no Vento” e “Dedilhações em busca… e outros exercícios”. Este último foi publicado em 2005, tendo o mesmo sido editado pela Junta de Freguesia da Barosa e lançado no auditório daquela freguesia. Foi, ainda, apresentado na Casa Municipal da Cultura, em Coimbra.
Joel Canhão participou, também, na gravação dos LPs do Orfeão Académico de Coimbra e dos Antigos Orfeonistas da Universidade, desempenhou funções de organista titular da capela da Universidade de Coimbra, onde se apresentou em concertos e em programas especialmente dedicados à criança e à juventude. Compôs, entre outras, “Cinco canções populares portuguesas”, “Três peças para as crianças”, “Seis canções populares portuguesas” e “Quatro Canções Natalícias Infantis”.
Este ilustre leiriense foi agraciado, entre várias condecorações, com o grau de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Deixou o mundo dos vivos a 26 de Fevereiro de 2010, tendo sido sepultado no cemitério da Barosa, terra que nunca esqueceu e que sempre homenageou.
Adélio Amaro
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