Corria o ano de 1850 quando, em Portugal, é promulgada a legislação contra a liberdade de imprensa, conhecida pela "Lei das Rolhas".
No auge do século XIX, nesse mesmo ano, a 12 de Junho, nasce no número 24 da Rua de Ana Godinha, actual Rua do Meio, da freguesia urbana de São Pedro, concelho de Ponta Delgada, Ilha de São Miguel no Arquipélago dos Açores, Roberto Ivens.
Este grande Açoriano nasce no mesmo ano em que é fundada a cidade brasileira Blumenan, no Estado de Santa Catarina, um dos territórios do Brasil que mais Açorianos recebeu nos séculos XIX e XX.
O ano de 1850 fica marcado, entre muitos outros, pelo nascimento de dois grandes portugueses: Abílio de Guerra Junqueiro e Francisco José Ribeiro de Vieira e Brito. O primeiro foi um grande amigo do micaelense Antero de Quental e o segundo teve fortes ligações ao Arquipélago Açoriano, sendo o 30.º Bispo da Diocese de Angra.
Ainda em 1850, a 27 de Janeiro, nasce o inglês Edward John Smith que viria a ser conhecido como o capitão do RMS Titanic quando este se afundou, em 1912.
Todavia, Roberto Ivens acaba por ser uma das figuras dos Açores com mais destaque no século XIX, sem esquecer o já citado Antero de Quental.
Ora, este apontamento apresenta apenas alguns traços da vida, sempre em risco, de Roberto Ivens que além dos Açores, cravou o nome de Portugal no seu peito e por ele “conquistou” África do Atlântico ao Índico.
Roberto Ivens conseguiu, depois de vários estudos, unir, por terra, Angola a Moçambique, tendo como companheiro Hermenegildo Capello.
Assim, este artigo é apenas um humilde e superficial texto sobre a vida de Roberto Ivens, grande Açoriano excelentemente retractado por alguns autores, onde não se pode deixar de referir o mestre Manuel Ferreira, outro grande Açoriano que muito tem feito pela Cultura e pela História dos Açores.
Roberto Ivens nasce de um amor escondido, entre a micaelense Margarida Júlia de Medeiros Castelo Branco, uma jovem de 18 anos, oriunda de uma família de parcos recursos, e o inglês Robert Breakspeare Ivens, de 30 anos, filho do comerciante inglês William Ivens, residente em Ponta Delgada desde 1800.
Robert Breakspeare Ivens era bisneto materno de Thomas Hickling, um abastado comerciante de origem norte-americana, vice-cônsul dos Estados Unidos da América em Ponta Delgada, para as ilhas de São Miguel e Santa Maria, em 1795, vindo pela mão de Thomas Jefferson, então Secretário de Estado dos Estados Unidos da América.
Sendo fruto de uma ligação amorosa, proibida, de pais solteiros, Roberto Ivens nasce numa casa alugada por Robert Breakspeare Ivens. Entretanto, Margarida Júlia de Medeiros Castelo Branco é deserdada e expulsa definitivamente por seu pai.
O recém-nascido acaba por ser baptizado, às escondidas, como filho de pai incógnito, a 7 de Agosto de 1850, na ermida de Nossa Senhora da Oliveira, na freguesia da Fajã de Cima, Concelho de Ponta Delgada. Roberto Ivens foi levado à Pia, para receber o Sacramento do Baptismo, por Ana de Jesus, parteira daquele lugar, sendo baptizado pelo Cura daquela igreja, tendo como padrinho o irmão do Vigário. (cont.)
Adélio Amaro
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